slce3 - slc Agrícola tudo sobre, o desempenho de 2025 até aqui.

SLCE3- SLC Agrícola-Desempenho da safra 24/25, até aqui!

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SLC Agrícola – Tudo sobre o desempenho de 2025 até aqui.

1. SLCE3 – Resumo Executivo – da SLC agrícola de 2025

A SLC Agrícola (B3: SLCE3) se consolida como uma das líderes do agronegócio global, demonstrando um modelo de negócios robusto e uma notável capacidade de gestão em um setor marcado pela volatilidade.

A análise do desempenho da companhia em 2025 revela uma performance operacional excepcional, impulsionada por recordes de produtividade e uma estratégia de crescimento focada na aquisição e valorização de ativos de terra.

A SLC registrou recordes históricos de receita líquida e EBITDA ajustado no segundo trimestre de 2025, impulsionados pela colheita expressiva de soja e milho e pela valorização de preços de commodities agrícolas.

Apesar do sucesso operacional, o lucro líquido apresentou uma significativa retração, refletindo o aumento das despesas financeiras decorrentes da elevação da alavancagem.

O endividamento foi utilizado estrategicamente para financiar um plano de expansão capital-intensivo, incluindo aquisições de empresas e investimentos substanciais em projetos de irrigação.

A gestão da SLC Agricola expressou confiança na capacidade de gerar caixa suficiente com a próxima colheita de algodão para retornar a níveis de alavancagem considerados ideais em meados de 2026.

A companhia está executando um plano de longo prazo que não se limita à produção de grãos, mas também à criação de valor por meio da valorização de seu portfólio de terras.

A estratégia de crescimento, que combina a aquisição de novas áreas com a intensificação da produtividade por meio de tecnologia e irrigação, posiciona a SLC Agrícola para atender à crescente demanda global por alimentos de forma eficiente e sustentável.

O compromisso com a sustentabilidade, evidenciado por certificações de agricultura regenerativa e metas de carbono, complementa a tese de uma empresa preparada para os desafios futuros do agronegócio.

2. Perfil da Companhia e Modelo de Negócios da SLC Agrícola

SLCE3 - SLC Agrícola - Relatório de Desempenho completo de 2025 até agora!
SLCE3 – SLC Agrícola – Relatório de Desempenho completo de 2025 até agora!

2.1. História e Evolução da SLC Agrícola

A trajetória da SLC Agrícola está intrinsecamente ligada à história do Grupo SLC, uma empresa familiar fundada em 1945 na cidade de Horizontina, Rio Grande do Sul.

O Grupo SLC foi pioneiro no Brasil ao criar a primeira indústria nacional de colheitadeiras automotrizes de grãos.

Essa herança industrial e o relacionamento de longa data com a John Deere, incluindo uma

joint venture de 1979 a 1999, estabeleceram as bases para a excelência operacional que se tornaria uma marca da companhia.

A SLC Agrícola foi formalmente fundada em 1977 com a aquisição de duas fazendas no sul do Brasil.

No entanto, um marco estratégico ocorreu em 1980 com a compra da Fazenda Pamplona, em Goiás, que marcou a entrada da empresa no bioma Cerrado.

A Fazenda Pamplona se tornou o “berço de aprendizagem” do negócio agrícola da companhia, gerando o know-how que seria aplicado nas demais unidades de produção.

Ao longo dos anos, a empresa expandiu seu portfólio por meio de crescimento orgânico e aquisições estratégicas, como a da Terra Santa em 2021, que adicionou 145 mil hectares e seis fazendas ao seu portfólio.

A SLC Agrícola foi uma das primeiras empresas do setor agrícola global a ter suas ações negociadas em bolsa, realizando sua abertura de capital na B3 (Bolsa de Valores do Brasil) em 2007 sob o código SLCE3.

2.2. Modelo de Negócios Híbrido e Vantagens Competitivas da SLC

O modelo de negócios da SLC Agrícola é descrito como híbrido, baseado em três pilares principais: uma abordagem predominantemente Asset Light, a maximização da utilização de ativos e o uso de terras próprias.

A estratégia da companhia é combinada de forma orgânica, com aumento de produtividade, e inorgânica, através da aquisição e arrendamento de fazendas já maduras, além da conversão de pastagens para agricultura.

A estratégia Asset Light é uma das principais vantagens competitivas, pois permite à empresa arrendar terras, o que reduz a necessidade de grandes investimentos em ativos fixos e proporciona flexibilidade operacional para se adaptar a diferentes cenários de mercado e condições climáticas.

O foco passa a ser na alta eficiência de plantio e na gestão de culturas como soja, milho e algodão, permitindo um retorno sustentável sobre o investimento.

Ao mesmo tempo, a empresa complementa essa estratégia com a posse de terras próprias.

Entenda!

A SLC AGRICOLA adquire, em grande parte, pastagens de menor valor e utiliza seu conhecimento técnico e capital para convertê-las em áreas agrícolas de alta produtividade.

A diferença entre os preços de negociação de terras não produtivas e produtivas gera uma criação de valor significativa, um tipo de retorno que não está diretamente relacionado à volatilidade dos preços das commodities.

A posse desses ativos tangíveis também fortalece o balanço da empresa, servindo de colateral para a obtenção de melhores condições de crédito junto a credores.

O portfólio de terras sob gestão é geograficamente diversificado, com 23 unidades de produção em sete estados brasileiros na região do Cerrado.

A diversificação geográfica é uma estratégia fundamental para mitigar o impacto de riscos climáticos regionais, pois o desempenho ruim em uma área pode ser compensado por uma boa colheita em outra.

A SLC Agrícola (SLCE3) também opera por meio de joint ventures com parceiros estratégicos como a Mitsui Co. e o Grupo Dois Vales, o que permite compartilhar riscos e capital, expandindo sua presença e know-how.

2.3. Análise do Modelo de Negócios da SLC Agrícola

O modelo da SLC Agrícola vai muito além de ser um simples produtor de commodities.

A empresa opera como uma plataforma de valorização de ativos imobiliários, onde o braço de produção agrícola e o braço de gestão de terras mantêm uma relação simbiótica. Inicialmente, a companhia adquire ou arrenda terras de pastagem, que geralmente possuem um valor de mercado inferior.

Em seguida, aplica seu conhecimento técnico e investimentos (Capex) para converter essas áreas em terras agrícolas de alta produtividade, um processo que historicamente tem sido um desafio de entrada para outros players no setor.

Essa conversão gera um retorno sobre o capital que não é capturado nas métricas operacionais tradicionais, como o EBITDA, mas que se manifesta na valorização dos ativos.

A análise da valorização das terras da empresa demonstrou um aumento de 15,6% em seu valor em 2024.

O portfólio de terras se comporta, portanto, como uma reserva de valor e um forte colateral, o que permite à empresa obter melhores condições de crédito para financiar seu ciclo operacional e novas aquisições.

O fluxo de caixa gerado pela produção agrícola, por sua vez, é reinvestido para expandir ainda mais a área de cultivo e adquirir mais terras, completando o ciclo virtuoso.

O sucesso deste modelo e a capacidade de criação de valor da companhia abriram o caminho para outros participantes no setor de agronegócio na América Latina.

3. Desempenho Operacional e Produtividade Agrícola da SLC em 2025 até aqui

SLCE3 - SLC Agrícola - Desempenho de 2025
SLCE3 – SLC Agrícola – Desempenho Completo 2025 até aqui.

3.1. Visão Geral da Safra 2024/25

A SLC Agrícola prevê uma expansão significativa para a safra 2024/25, com um aumento de 11,4% na área total plantada, atingindo 736,9 mil hectares.

O crescimento é resultado da estratégia de aquisições e arrendamentos de novas fazendas.

A composição do portfólio de culturas para a safra é predominantemente focada em soja, com 51,5% da área total, seguida pelo algodão (26,3%) e pelo milho (16,1%), com o restante distribuído em outras culturas.

A diversificação de culturas contribui para a estabilidade da receita, pois os mercados de grãos e algodão possuem dinâmicas distintas, o que reduz a dependência da empresa em relação a um único segmento de mercado.

3.2. SLCE3 – SLC Agrícola – Produtividade por Cultura – Destaques do 2T25

Um desempenho notável na produtividade das principais culturas marcou o segundo trimestre de 2025, o que se traduziu diretamente nos resultados financeiros da companhia.

A produtividade da soja atingiu 3.960 kg/ha, um aumento expressivo de 21% em relação ao ano anterior, com a colheita da área total plantada já concluída.

O milho também se destacou, registrando uma produtividade de 8.274 kg/ha, um aumento de 16,7% em relação ao ciclo anterior e 35,6% acima da média nacional.

A empresa atribuiu o excelente desempenho do milho a chuvas que permitiram às áreas plantadas expressar seu potencial produtivo.

Para o algodão, a produtividade média foi de 1.986 kg/ha de pluma, superando a média nacional em 5,1%.

A tabela a seguir consolida o desempenho de produtividade da safra 2024/25, comparando-o com os resultados do ciclo anterior.

Tabela 1: Desempenho Operacional por Cultura – Safra 2024/25

CulturaÁrea Plantada (mil ha)Produtividade (kg/ha)∆ % vs. Safra Anterior∆ % vs. Média Nacional
Soja379,53.96021,0%
Milho118,7*8.27416,7%35,6%
Algodão193,7*1.9863,3%5,1%

*Aproximação com base na projeção de área total de 736,9 mil ha e a porcentagem de cada cultura.

3.3. Gestão de Custos e Eficiência da SLC em 2025

O foco em eficiência operacional é uma das maiores vantagens da SLC Agrícola.

Na safra 2024/25, o custo médio total de produção por hectare foi de R$ 6.545, uma redução de 5,4% em relação ao orçamento do ano anterior e 10% em comparação com o custo real da safra 2023/24.

Essa queda é atribuída, principalmente, à diminuição nos preços de insumos como fertilizantes, defensivos e sementes.

A capacidade da empresa de antecipar a compra de insumos de forma estratégica também contribuiu para a redução dos custos.

No início do segundo semestre de 2025, a companhia já havia garantido 85% dos fertilizantes e 91% dos defensivos necessários para a próxima safra.

Essa decisão é vista como um movimento positivo, pois protege a empresa contra possíveis aumentos de preços e garante a disponibilidade de insumos para o próximo ciclo, um fator crítico para a gestão de riscos.

3.4. Análise da Performance Operacional da SLC Agrícola

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SLC Agrícola – Tudo sobre o desempenho de 2025 até aqui.

O desempenho operacional da SLC Agrícola no primeiro semestre de 2025 foi o principal catalisador dos resultados financeiros.

Uma cadeia de causa e efeito clara pode ser observada: o uso de tecnologia de agricultura digital e a rotação de culturas, combinados com condições climáticas favoráveis, resultaram em rendimentos de soja e milho acima da média nacional e das projeções internas.

O aumento da produtividade se traduziu em um maior volume de produtos comercializados, o que, em conjunto com o aumento dos preços das commodities, impulsionou a receita líquida a patamares recordes.

No entanto, um paradoxo se apresenta na análise financeira do período: apesar dos recordes de receita e EBITDA ajustado, o lucro líquido apresentou uma queda substancial. O lucro líquido reportado para o 2T25 variou de R$ 650,5 milhões a R$ 139,8 milhões em diferentes fontes.

Essa discrepância é explicada pelo impacto negativo de despesas financeiras elevadas, resultantes do aumento da dívida para financiar aquisições e investimentos.

O resultado financeiro adverso pressionou o lucro líquido, um efeito que não se reflete nas métricas operacionais mais diretas como EBITDA.

Portanto, a análise da empresa deve considerar que o sucesso operacional não se traduziu diretamente na linha final do lucro devido a uma fase de transição financeira, onde a companhia está investindo no futuro com capital de terceiros.

4. Análise Financeira Detalhada do Exercício de 2025 da SLC Agrícola

4.1. Receita, Lucratividade e Margens (1T25 e 2T25)

A SLC Agrícola teve um primeiro semestre de 2025 notavelmente forte em termos de faturamento.

A receita líquida no segundo trimestre atingiu R$ 1,9 bilhão, representando um aumento de 37,8% sobre o mesmo período do ano anterior.

O volume faturado de soja mais do que dobrou, enquanto o de milho cresceu 89% em comparação anual, ambos os aumentos impulsionados pela maior produtividade.

No acumulado do primeiro semestre, a receita líquida totalizou R$ 4,2 bilhões, uma alta de 26,7% frente ao mesmo período de 2024.

O EBITDA ajustado também alcançou um recorde de R$ 556,6 milhões no 2T25, um crescimento de 115,6% com margem de 29,9%.

A margem EBITDA do trimestre foi 10,8 pontos percentuais superior à do 2T24.

No primeiro trimestre, o EBITDA ajustado já havia crescido 34%, atingindo R$ 943 milhões.

O EBITDA ajustado do semestre totalizou R$ 1,5 bilhão, uma alta de 55,9% com margem de 35,8%.

O lucro líquido, no entanto, apresentou a mencionada queda, apesar do desempenho operacional.

O resultado financeiro negativo, que aumentou 23% em relação ao ano anterior, foi o principal fator a pressionar a linha final do lucro.

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4.2. Investimentos (Capex) e Alocação de Capital

O exercício de 2025 foi marcado por um nível de investimento de capital (Capex) significativamente elevado, refletindo a estratégia de crescimento da companhia.

No primeiro trimestre, o Capex somou R$ 1,03 bilhão, um valor comparável ao total de 2024.

Deste montante, 81%, ou R$ 842 milhões, foram alocados para a aquisição de terras e empresas.

No semestre, os investimentos totalizaram R$ 1,2 bilhão, um aumento de 159,5% em comparação com o mesmo período de 2024.

Um destaque notável foi a compra de terras na Bahia e em Unaí, Minas Gerais, no valor de R$ 841,7 milhões.

Além das aquisições de terras, a companhia investiu R$ 73,2 milhões em projetos de infraestrutura, sustentabilidade e irrigação.

Apenas no 2T25, R$ 25,8 milhões foram destinados ao novo projeto de irrigação no oeste da Bahia, que visa expandir a área irrigada de 16 mil para 53 mil hectares nos próximos anos.

Esse investimento demonstra uma clara prioridade estratégica de intensificação da produtividade e mitigação de riscos climáticos.

A tabela a seguir ilustra a alocação de capital da companhia no primeiro semestre de 2025.

Tabela 2: Alocação de Capital (Capex) no 1º Semestre de 2025 – da SLC

CategoriaValor Investido (R$ milhões)% do TotalDescrição
Aquisição de Terras e Empresas841,770,1%Destaque para compras na Bahia e em Unaí.
Infraestrutura e Irrigação73,26,1%R$ 25,8 milhões para projeto no Oeste Baiano.
Máquinas e Equipamentos124,810,4%Compra de plantadeiras, tratores e pulverizadores.
Outros Ativos160,3*13,4%Outros investimentos não detalhados.
Total1.200,0100,0%Total de investimentos no 1S25.

*Valores calculados com base em informações de diferentes fontes.

4.3. Alavancagem Financeira e Fluxo de Caixa da SLC AGRÍCOLA

O ciclo de investimentos agressivos teve um impacto direto na estrutura de capital da SLC Agrícola.

A relação Dívida Líquida/EBITDA ajustado, uma métrica-chave para avaliar a alavancagem, aumentou de 1,8 vezes no final de 2024 para 2,27 vezes em março e 2,33 vezes em junho de 2025.

O aumento da dívida líquida, que encerrou o 1T25 em R$ 5,2 bilhões, foi impulsionado pelas aquisições de terras e o pagamento de parcelas de aquisições anteriores.

Apesar do aumento da alavancagem, a gestão da empresa se mostrou tranquila em relação ao nível de endividamento.

O diretor financeiro, Ivo Brum, afirmou que a empresa espera retornar a um patamar ideal (abaixo de 2x) em meados de 2026, com a forte geração de caixa esperada da colheita de algodão no segundo semestre de 2025.

O fluxo de caixa livre foi negativo no primeiro semestre, reflexo dos pagamentos das aquisições e do custeio da safra, mas esse resultado foi antecipado pela companhia.

4.4. Análise do Perfil Financeiro da slc agrícola

O perfil financeiro da SLC Agrícola no primeiro semestre de 2025 pode parecer contraditório à primeira vista, com um aumento na dívida e um fluxo de caixa negativo em contraste com receitas e EBITDA recordes.

Contudo, essa aparente contradição é, na verdade, uma manifestação de uma estratégia calculada e de longo prazo.

A empresa não utilizou o endividamento para cobrir despesas operacionais, mas sim para financiar a aquisição de ativos que se valorizam, como terras, e para realizar investimentos em infraestrutura que prometem maior eficiência e previsibilidade de resultados, como os projetos de irrigação.

A gestão de riscos da empresa, que historicamente tem protegido sua receita de flutuações de mercado por meio de hedge de preços e câmbio, agora se estende à sua gestão de capital.

A confiança da gestão em seu plano de deleveraging até 2026, baseado na colheita futura de algodão, indica uma alta previsibilidade de seus resultados operacionais.

Isso sugere que, em vez de um risco, a alavancagem atual é parte de um ciclo de investimento estratégico que visa fortalecer a posição de liderança da empresa e a sua capacidade de criar valor de forma sustentável no futuro.

5. Estratégia de Crescimento e Projeções Futuras

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5.1. Expansão e Gestão da Área

A SLC Agrícola está focada em um crescimento que combina a expansão territorial com o aumento da produtividade por meio de aquisições e arrendamentos.

A aquisição da Sierentz Agro Brasil, que adicionou 100 mil hectares de áreas arrendadas nos estados do Maranhão, Piauí e Pará, é um exemplo notável dessa estratégia inorgânica.

Essa expansão fortalece a estratégia de diversificação geográfica da empresa, o que contribui para mitigar os riscos climáticos, uma vez que a empresa agora opera em oito estados brasileiros.

5.2. Projetos de Irrigação

O investimento em irrigação é um ponto central na estratégia de intensificação da produtividade da SLC Agrícola.

O projeto no oeste da Bahia, que recebeu um investimento de R$ 25,8 milhões no 2T25, tem como objetivo expandir a área irrigada de 16 mil para 53 mil hectares nos próximos anos.

A companhia também planeja implementar irrigação em 3,3 mil hectares adicionais nas fazendas Piratini, Pamplona e Paysandu para a safra 2025/26.

A implementação de irrigação permite viabilizar duas safras por ano, reduzindo a dependência das chuvas e os riscos climáticos, elevando a produtividade de forma consistente e aumentando o valor de seus ativos de terra.

5.3. Gestão de Riscos (Hedge e Preços)

A empresa mantém uma política de gestão de riscos ativa para mitigar a exposição à volatilidade do mercado de commodities e do câmbio.

A companhia realiza hedge de sua receita dolarizada e de sua dívida, que é predominantemente em reais.

Por exemplo, 86% das vendas de algodão da safra 23/24 já tinham hedge cambial a uma taxa média de R$ 5,42 por dólar, o que proporciona previsibilidade de receita em um ambiente de mercado volátil.

5.4. Análise da Estratégia de Crescimento da SLC Agrícola

A estratégia da SLC Agrícola está passando por uma transição. Historicamente, a companhia se expandiu de forma horizontal, ocupando novas fronteiras agrícolas no Cerrado brasileiro.

A partir de agora, o foco se move para a intensificação vertical da produtividade em áreas já existentes ou recém-adquiridas.

O investimento massivo em irrigação é a principal manifestação dessa mudança.

Ele não apenas aumenta a receita e a rentabilidade por hectare, mas também mitiga um dos maiores riscos do agronegócio, que são as condições climáticas adversas.

Essa estratégia de intensificação, combinada com a capacidade de valorização de terras, completa o ciclo de criação de valor e posiciona a empresa de forma resiliente e competitiva no longo prazo.

6. Sustentabilidade e Governança Corporativa (ESG)

A SLC Agrícola demonstra um compromisso com as práticas Ambientais, Sociais e de Governança (ESG), que são vistas não apenas como uma responsabilidade, mas como um pilar estratégico para o negócio.

O “Sonho Grande” da empresa é “Impactar positivamente gerações futuras, sendo líder mundial em eficiência no negócio agrícola e respeito ao planeta”.

6.1. Compromissos e Certificações da SLC Agrícola

A SLC Agrícola formalizou sua política de “Desmatamento Zero” em 2021 e se comprometeu a ser “carbono neutro” até 2030.

A companhia possui a maior área certificada em agricultura regenerativa (Regenagri) nas Américas.

As fazendas Planalto e Pamplona foram certificadas, totalizando 35.943 hectares, destacando boas práticas de saúde do solo, biodiversidade e sequestro de carbono.

A empresa também é um componente do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) desde 2023, pela terceira vez consecutiva.

Além disso, obteve notas de destaque no Carbon Disclosure Project (CDP), com “A-” para Segurança Hídrica e Florestas e “B+” para Mudanças Climáticas.

A tabela a seguir consolida os principais reconhecimentos e certificações da empresa.

Tabela 3: Certificações e Reconhecimentos ESG da companhia

CategoriaCertificação / Prêmio / ÍndiceDescriçãoFonte
AmbientalRegenagriMaior área certificada nas Américas em agricultura regenerativa.25
Carbon Disclosure Project (CDP)Avaliação A- em Segurança Hídrica e Florestas; B+ em Mudanças Climáticas.10
Política de Desmatamento ZeroFormalizada em 2021.7
SocialGreat Place To Work (GPTW)Reconhecida como uma das melhores empresas para se trabalhar no agronegócio.10
Top Ser Humano ABRH-RSPrêmio pelo case “Liderança Feminina na SLC Agrícola”.10
GovernançaÍndice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3)Participante pelo terceiro ano consecutivo.25
Prêmio Exame Melhores do ESGVencedora na categoria “Agro, Alimentos e Bebidas”.10

6.2. Práticas Ambientais e Sociais

Em sua gestão ambiental, a SLC Agrícola adere às exigências do Código Florestal Brasileiro, preservando áreas nativas em suas fazendas para a manutenção de rios, nascentes e biodiversidade.

A gestão de resíduos segue a metodologia dos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), com estruturas para armazenamento temporário de resíduos contaminados e não contaminados.

A empresa também investe em educação e informação ambiental para seus colaboradores, visando o uso eficiente de recursos naturais como solo e água.

No âmbito social, a empresa investe no bem-estar e desenvolvimento de seus funcionários.

As fazendas oferecem infraestrutura para lazer e moradia segura, e a empresa investe continuamente em programas de capacitação.

O programa de “Capacitação para a Agricultura Digital” é um exemplo, focado em promover o engajamento de colaboradores com novas tecnologias, preparando-os para o contexto da Agricultura 4.0.

A empresa também é reconhecida por suas práticas de segurança e saúde no trabalho e por seu programa de voluntariado, o Grupo de Ação Socioambiental (GAS).

6.3. Análise da Estratégia ESG

O posicionamento de ESG da SLC Agrícola é uma vantagem competitiva multifacetada.

A obtenção de certificações como a Regenagri e a inclusão em índices como o ISE B3 e o CDP validam o compromisso da empresa e abrem portas para o mercado de capital ESG, que está em franca expansão.

Esse posicionamento também fortalece a reputação da marca e a relação com parceiros comerciais e consumidores globais, mitigando o risco de sanções ou escrutínio por parte de mercados mais exigentes.

Apesar de a empresa ter sido historicamente associada à expansão no Cerrado, que em alguns casos implicou o desmatamento, sua atual política de “Desmatamento Zero” e o foco em práticas regenerativas demonstram uma evolução estratégica.

A companhia busca agora o crescimento através da intensificação de sua produtividade e da valorização de terras já existentes ou degradadas, em vez de expandir a área de forma predatória.

Isso a posiciona favoravelmente para enfrentar um futuro com crescente escrutínio ambiental e regulamentações mais rígidas.

7. Riscos e Oportunidades

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7.1. Riscos de Mercado que a SLC está exposta.

A SLC Agrícola, como produtora de commodities, está exposta a riscos de mercado, incluindo a volatilidade dos preços de soja, milho e algodão.

Embora a colheita do algodão tenha proporcionado resiliência, os preços de grãos continuam sob pressão devido ao aumento da oferta global.

Além disso, a empresa tem sua receita atrelada ao dólar, mas sua dívida está majoritariamente em reais, o que a expõe a riscos cambiais.

A política de hedge da companhia é crucial para mitigar essa exposição e garantir a previsibilidade de resultados.

Um risco de curto prazo é a alavancagem financeira, que se elevou acima do patamar ideal da empresa.

Embora a gestão se mostre confiante na capacidade de geração de caixa para reduzir a dívida, o cenário de juros altos pode aumentar o custo de financiamento, impactando a lucratividade.

7.2. Oportunidades

Apesar dos riscos, a SLC Agrícola possui oportunidades significativas.

A valorização de seus ativos de terra, que aumentaram 15,6% em valor em 2024, representa um vetor de criação de valor que é descorrelacionado da volatilidade do mercado de commodities.

O modelo de conversão de pastagens em terras agrícolas de alta produtividade é uma fonte contínua de ganhos de capital.

O crescimento da população global e a consequente demanda por alimentos, vestuário (algodão) e biocombustíveis representam uma oportunidade estrutural de longo prazo para a empresa.

A SLC Agrícola, com seu foco em eficiência e tecnologia, está bem posicionada para capitalizar essa demanda.

Os projetos de irrigação, em particular, oferecem uma oportunidade de elevar a produtividade por hectare de forma previsível, reduzindo riscos e aumentando o valor de seus ativos.

8. Resumo do Desempenho da SLC Agrícola (SLCE3), no ano de 2025 até aqui.

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A SLC Agrícola demonstra uma capacidade notável de gerir um negócio agrícola complexo e capital-intensivo.

Seu modelo híbrido de negócios, que combina a flexibilidade do arrendamento com a criação de valor da propriedade de terras, a diferencia de concorrentes.

O ano de 2025 foi um testemunho da excelência operacional da companhia, com recordes de produtividade e um forte desempenho em faturamento e EBITDA ajustado.

A elevação temporária da alavancagem e o impacto no lucro líquido são consequências diretas de uma estratégia de crescimento calculada, que prioriza a aquisição de ativos e a intensificação da produtividade para criar valor de longo prazo.

A confiança da gestão em seu plano de deleveraging em 2026, com a geração de caixa da safra de algodão, indica uma visão estratégica clara e uma capacidade de planejamento robusta.

O compromisso com a agenda ESG, evidenciado por certificações de agricultura regenerativa, metas de carbono e reconhecimentos de governança, reforça o posicionamento da empresa como uma líder moderna e responsável no agronegócio.

Para um investidor, a tese da SLC Agrícola se baseia não apenas no desempenho operacional sazonal, mas na sua capacidade de gestão de ativos, na sua estratégia de mitigação de riscos e na sua adaptação para atender à crescente demanda global de forma eficiente e sustentável.

É fundamental, portanto, monitorar a execução dos projetos de irrigação e a redução da alavancagem para confirmar a trajetória de criação de valor da companhia.

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